A inovação tecnológica, o tempo e o hype
TweetAo falar sobre novas idéias eu sempre gostei mais da imagem da peneira do que a do divisor de águas. Quando uma nova descoberta muda os conceitos e formas de produção no mundo, não há um desvio no qual uma parte das empresas e pessoas toma uma direção errada enquanto outra parte segue o fluxo por outro caminho. O que existe é uma barreira. Quem consegue passar por ela continua sua vida - bem transformada, é verdade. Quem não consegue ultrapassar esse ponto acaba ficando pra trás.
Não é questão de perder o rumo. Pra lá ou pra cá. É avançar ou parar.
É a hora da decisão.
Bobeira na peneira, não.
Esses momentos dão a impressão que surgem do nada. A gente está lá pela vida, de bobeira, e ... záz! Aparece uma novidade tecnológica que muda nossa vida como se fosse enviada por um portal interdimensional ou colocada na frente do nosso nariz pelo dedo de Deus.
Nós somos assim deslumbrados mesmo com tecnologia. É um comportamento que nos impede de sentir as novidades nascendo.
A primeira pesquisa científica que vc fala: UAU! Embora não tenha a mínima idéia de onde aquilo possa ser usado.
O primeiro experimento que aparece no noticiário com fotos. Embora vc não entenda porque aqueles caras de avental batem palma para aquela zona de fios, luzes piscantes e gráficos coloridos.
O primeiro produto lançado no mercado - e invariavelmente cheio de falhas e com desempenho ridículo.
É difícil saber como será o futuro. E também não é.
O começo do que vai ser o mundo daqui a 15, 20 anos está aí. Em algum lugar... mas está.
Celular, Internet, globalização, relacionamento digital. Em algum momento isso estava ali, clamando por atenção. Quer um exemplo? As tão faladas redes sociais de hoje já eram possíveis de serem visualizadas há 10 anos. Sites como Classmates, SixDegrees, AsianAvenue, BlackPlanet e MiGente já mostravam o potencial da web social por volta do ano 2000. Dez anos atrás. (e nem estou lembrando de fases anteriores da Internet, como o BBS).
No link do video abaixo, o cientista-chefe da IBM, Fabio Gandour, faz uma conta sobre isso. Ele diz que - com sorte - demora de 9 a 14 anos para uma inovação tecnológica sair das universidades e virar um produto à venda no mercado.
Ele lembra do iPod. O MP3 player da Apple só foi possível graças aos estudos da
magnetorresistência gigante
que tem sido conceitualizada desde os anos 80.
O nome é complicado, mas é esse fenômeno que permitiu a criação de memórias MRAM (Magneto-resistive Random Access Memory), que são peças fundamentais no iPod, netbooks e vários dispositivos de comunicação móvel.
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