segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

10 tendências para 2010

Se não me engano, deixei de fazer previsões aqui no blog em 2007. Tudo pq não via grandes coisas que não estavam já sendo discutidas por muita gente perto de mim. Mas, esse ano é diferente. Estou sentindo um certo gap no ar. Tudo que vejo comentado é algo muito específico ou desfocado das grandes macrotendências. Então, resolvi juntar energias geradas por um período de festas longe da Matrix sem conexão e celular para postar minhas idéias (aquelas q ninguém liga mesmo, mas eu sempre me vanglorio delas dois anos depois).

1- Ecogeeks - É simples de entender. São pessoas que gostam de viver num mundo digno e não querem desgrudar das facilidades da tecnologia. Não é nada de notebooks de bambu. Tem mais a ver com sustentabilidade. Baixo consumo, reciclagem dos aparelhos e uso de materiais não-tóxicos na produção, além de produtos que economizam recursos (um serviço na Internet q evite deslocamentos de carro ou avião, por exemplo) são idéias que agradariam a esse público e sei q existem empresas com planos para isso - seja sob a marca ecogeek ou não.

2- Vida Digital Low Cost - os netbooks provaram, na realidade, que o estilo de vida conectado necessita de preço baixo. Com a popularização das tecnologias de comunicação e informação (TICs) avançando para muito além dos nerds e técnicos, qualquer produto desse tipo entra em um novo patamar de prioridade no consumo desse novo público popular e late adopter. A tecnologia está bem atrás na intenção de gastos dessas pessoas. Vem depois da alimentação, educação e lazer - ao menos dessas. Portanto, preço premium não cola mais. Aparelhos com o Android tb devem influenciar essa tendência.

3- Conteúdo pago ou remunerado - Parece uma heresia apostar nisso, mas a essas alturas da nossa experiência na Web já descobrimos que está muito mais fácil se deparar com conteúdo mediano do que diferenciado nas buscas. Culpa do Page Rank, talvez... Certamente um outro fenômeno da popularização da Internet, dos blogs, da Web 2.0 etc. Quanto mais pessoas comuns conseguem acesso e poder de publicação, mais conteúdo comum é produzido. E o sistema comercial sabe muito bem lidar com o esquema "crie a dificuldade para vender a facilidade". E a facilidade hoje é: economizar tempo e conseguir atenção. Muitas pessoas pagariam para achar o que querem ou entrar em contato diretamente com especialistas... sem perder uma ou duas horas no Google. Empresas comuns q viraram mídia ao criarem blogs, sites, perfis no Twitter tb querem alguém q escreva o correto no tempo certo... e pagariam (pouco, é verdade) por isso. Não é q tudo será pago. Simplesmente essa estratégia será mais OK. O sucesso (embora ainda restrito) do Kindle tem a ver com isso... e nem estou citando o cerco sobre os downloads...

4- Web em tempo real - A grande revolução do Twitter nos negócios on-line é ter mostrado que há uma necessidade incrível das pessoas se mostrarem vivas digitalmente. E as empresas, lógico, sentiram que podem interagir com elas a qq momento. Só que isso precisa de ferramentas para ligar esses interesses. Location based applications, buscas q mostram resultados de segundos e sistemas que capturem padrões de comportamento e gerem estratégias comerciais antes que os consumidores mudem de opinião ou local irão bombar.

5- Simpatia por robôs - O computador já se tornou um eletrodoméstico há vários anos. Então, qual seria a próxima techtralha a conviver conosco em casa? Minha aposta: um robô. A evolução deles tem sido espetacular nos últimos anos e, embora pareça que só os japoneses gostem disso, eu acredito que iremos ser mais simpáticos a esses humanos de metal e circuitos em 2010. Provavelmente ainda não iremos comprá-los no Carrefour, mas já começaremos a imaginar como eles ficariam lindos com uma vassoura na mão, contando histórias para os filhos ou ajudando a colocar a lata de arroz em cima do armário.

6- Web anti-social - ninguém gosta de viajar para um paraíso longínquo no litoral e encontrar com o chefe, o colega chato, o primo babaca, o contador e a mina do call center q te cobra a dívida do carnê. Pois, a praia digital que era pra poucos está assim -- muvucada de rotina comum de nossas vidas. A única saída é procurar um local mais deserto ou cercar tudo em um condomínio exclusivo.

7- Todo mundo é hacker - Simplesmente pq nem todo mundo na Internet é geek. Isso irá criar novos problemas de segurança, tão simples de resolver quanto fáceis de criar. É o fim da era romântica dos grandes criminosos digitais e o surgimento da banalização dos cybermeliantes. (OK, eu sei do termo hacker x cracker - o título tem a ver com a falta de maneirismo com a gíria de tecnologia, é baseado na própria tendência).

8- Conflito na classe média - essa fatia da sociedade aumentou no mundo todo, principalmente puxada pelos emergentes Brasil, Índia, China, África do Sul (q tb podem ser chamados de classe média da geopolítica). Mas, são pessoas que têm renda para isso mas não têm serviços básicos. Têm dinheiro mas não estudaram nos colégios quatrocentões. Podem ir ao shopping Iguatemi mas não foram na festa de ontem. E o q faz a classe média dos Jardins qdo encontra seus supostos pares do Capão Redondo? (tá.. eu disse q ñ ia colocar links, mas esse post da @ladyrasta é bem exemplar) Há empregos, clubes, diversão, assunto etc para todos? Não.

9- Contra as massas, petiscos - Cada vez mais as recentes revoluções tecnológicas se provam excelentes ferramentas de cultura de massa. Só que ao contrário da era pré-digital, as mesmas coisas que promovem a padronização também ajudam na diferenciação. Só que não há novidade no caminho da antimassificação. O que resta é sempre família, regionalismo, religião e arte. Tudo que não é grande público vai se tornar cada vez mais interessante para early adopters... seja on-line ou off-line. Quem não sabe por onde fugir da Matrix, encontrará o caminho nisso aí. Somente nesse movimento iremos ver o que o futuro revolucionário reserva.

10- Novo dinheiro - Está cada vez mais claro o declínio da economia dos Estados Unidos. Acho um pouco confuso discutir o fim do império do mal e essas coisas. Mas, uma coisa é certa - fora do domínio do Tio Sam, outras coisas têm mais valor do que o dinheiro. Em países não anglo-saxões, a amizade e a felicidade são mais reconhecidas. Em países pobres, o bem-estar não tem muito a ver com o que o governo te dá.. até pq ele nunca deu muita coisa. Não acho q em 2010 vejamos um novo conceito de valor na moeda tão renovador quanto o acordo de Bretton Woods ou a desvinculação do valor da moeda ao ouro. Mas, algo novo já poderá ser sentido. Quem lida com novas regras de contabilidade da IFRS e ativos intangíveis sabe que existe mudança no ar... O problema é q essa potência dominante e seus pensamentos econômicos surgiram na Segunda Guerra e ninguém quer ver uma Terceira Guerra... mas, a gente já escutou sobre cyberguerras que causam prejuízos financeiros, né ? Mas, qual cyberataque deixaria em ruínas uma sensação de felicidade?

Hipermídia somos nozes - Ops! Essa é a décima primeira previsão... Mas, é só para lembrar que eu tenho lá minhas diferenças com o conceito de hipermídia quando ele é centralizado na produção. Gosto mais quando ele está calcado no consumo. Então, não coloquei links... vcs procuram na web o q acharem mais interessante ou instigante e vão fazendo a leitura não linear de vcs.

H+ - aãããmmmm.. hummm... somente prestem atenção ao pós-humanismo, o humano aprimorado, o mais do que humano. Não é pra 2010.... e um dia escrevo sobre isso e minha idéia de ciborguismo cognitivo.


De resto... um 2010 de muita foda pra combater tanta punheta egocêntrica e improdutiva.
:)

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