quinta-feira, 4 de junho de 2009

Falta de inovação contribui para crise americana

Uma reportagem da Business Week questiona se a falta de INOVAÇÃO na indústria americana não contribuiu para a crise na qual o país chafurda. O texto The Failed Promise of Innovation in the U.S. dá várias traulitadas na diferença entre discurso e ação das principais empresas da economia tradicional e joga na cara dos empreendedores e governo que desde a bolha pontocom havia indícios dos caminhos para inovar.


Olhar esse problema do ponto de vista de hoje é mais fácil. Mas... dizem por aí que empreendedor bom tem visão de futuro. Então, dá pra perceber que muito povo que só tem discurso bonito aí não passa de papagaio.

Desde a bolha, qualquer pesquisada na Internet mostra que várias novidades poderiam estar em produtos manufaturados há pelo menos uma década. Não estou falando de Facebook. Isso realmente é muito novo e, na visão dos negócios tradicionais, merece mesmo que se dê um tempo para os novidadeiros testarem suas funções e alguns empresários realmente espertos investirem em meios de se ganhar (muito) dinheiro com isso. Falo de células de combustível, serviços construídos em cima de software e acessados por meio de uma rede wireless qualquer, terceirização de atividades que não são foco da empresa, uso da globalização para conseguir novos parceiros de negócio para alguns processos fabris, etc.

Por exemplo, os carros poderiam ter outros combustíveis que não o petróleo. O programa do governo brasileiro sobre o álcool, para substituir os combustíveis fósseis em larga escala, tem mais de 20 anos, tendo sido criado por conta da crise do petróleo de 1973. As células de combustível tiveram grande avanço e barateamento na década de 90 - com o uso do Nafion para substituir o catalisador de platina - e desde então têm evoluído apesar da necessidade de maiores investimentos em pesquisa. As cidades americanas têm se tornado exemplo de uso de redes wireless desde o início da década.

A GM, que tem se convertido no símbolo dessa derrocada americana, poderia ter ocupado seu tempo em deixar seus carros mais verdes em vez de tentar transformar o Malibu e o Saturn em concorrentes à altura dos luxuosos japoneses ou tentar enfiar goela abaixo o beberrão Hummer aos consumidores.

É certo que a crise foi criada por uma sede de lucro em um mercado prá lá de altamente arriscado (sub primes). Mesmo esses chamados investimentos tóxicos poderiam ser contornados se os empresários se comunicassem mais com seus clientes e acionistas – aí sim, uma coisa estilo Facebook – para saber que a desconfiança que havia já era grande antes da quebra do Banco Lehman Brothers. E convenhamos, consumidores de uma forma geral estão pedindo ÉTICA nas empresas desde o caso Enron. Está tudo na Internet. E quem disse que novas atitudes e postura ética não são inovação também?

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