Carne, pra que te quero?
TweetEstamos churrascando o planeta. Esse é o alerta de muitos ambientalistas que propõem a eliminação ou, ao menos, a redução no consumo de carnes nas refeições. A idéia está muito bem exposta nessa notícia da Exame na qual o ex-beatle, Paul McCartney, ativista dessas causas, diz para que as pessoas deixem de consumir bifes às segundas-feiras. Seria o fim do Virado à Paulista nos botecos???
Se a idéia ganhar sustância, sim.
O caldo meatless (sem carne, em inglês) tem se encorpado. A cidade belga de Ghent, lançou recentemente uma campanha para convencer a população a não comer carne pelo menos um dia por semana. As alegações vão desde as preocupações com a saúde pública até os benefícios sobre o meio ambiente. Para incentivar essa atitude na população, altos funcionários públicos foram os primeiros a aderirem.
Não é um evento isolado. Na Holanda, o Partido dos Animais, produziu um bom documentário sobre as influências maléficas que os rebanhos de gado, suínos, etc. causam e como contribuem para o efeito estufa. “Meat the Truth” pode ser visto no Youtube. Nele, o alerta é claro: enquanto a frota mundial de veículos colabora para 13% do aquecimento global, somente a pecuária (sem contar a linha de produção fabril que leva bifes e nuggets para nossas mesas) fica com 18%. Você troca uma chuleta pela nossa camada de ozônio?
Não é um blá-blá-blá radical que costuma espantar quem não é VEGAN e tem o hábito adquirido de eras a fio de comer carne (eu aqui, por exemplo, esse carnívoro que escreve essas linhas mastigadas). O discurso é muito parecido com o Nobel da Paz, Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Ambos aconselham a simples redução no consumo de carnes.
Não é um evento isolado. Na Holanda, o Partido dos Animais, produziu um bom documentário sobre as influências maléficas que os rebanhos de gado, suínos, etc. causam e como contribuem para o efeito estufa. “Meat the Truth” pode ser visto no Youtube. Nele, o alerta é claro: enquanto a frota mundial de veículos colabora para 13% do aquecimento global, somente a pecuária (sem contar a linha de produção fabril que leva bifes e nuggets para nossas mesas) fica com 18%. Você troca uma chuleta pela nossa camada de ozônio?
Não é um blá-blá-blá radical que costuma espantar quem não é VEGAN e tem o hábito adquirido de eras a fio de comer carne (eu aqui, por exemplo, esse carnívoro que escreve essas linhas mastigadas). O discurso é muito parecido com o Nobel da Paz, Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Ambos aconselham a simples redução no consumo de carnes.
Um churrasquinho a menos no ano ou um dia comendo gostosuras meatless. Arroz, feijão e salada de beterraba no almoço. No jantar uma sopinha de cebola no pão italiano... e blz!.... aliás, muito fáceis de se achar na Internet e até com pratos famosos da culinária tradicional como o panaché de legumes ou adaptações como o tutu de feijão sem ligüiça.
Esse movimento deve ir ao encontro de outra onda que pode afetar os negócios e o comportamento de consumo. Pais em todo o mundo estão preocupados com a OBESIDADE INFANTIL e a má-alimentação de crianças. Hambúrgeres, cachorros-quentes e demais lanches do tipo são duramente criticados e a tendência é que esse cerco aumente. Não será surpresa se algum dia pedirmos um nº1 no MacDonald's e a cestinha trouxer frutas e iogurte. Esse movimento saudável já é sentido nos EUA, conforme se lê nesse texto do blog de saúde do NYTimes.
No Brasil, o burburinho não é tanto. Fica um pouco maior por volta do Dia Mundial sem Carne, em 20 de março, e o Meatless Day, em 25 de novembro, quando alguns grupos vegan, anti-especismo e ligados a culturas orientais fazem manifestações.
É interessante quando o papo de respeito aos seres vivos se encontra com forças de mercado e é impulsionado pela tendência irrevogável do ambientalismo. Isso torna a onda abrangente e forte. Dá pra apostar nisso como novo comportamento. Se não total e radical, pelo menos será muito comum termos mais amigos e parentes adeptos do meatless casual.
A única parte que precisa de evolução ainda é o aspecto científico. A produção de carne-falsa - algo como bifes de laboratório - ainda é um experimento. Mas, há gente interessada nessas pesquisas. O Pessoas por um Tratamento Ético de Animais (Peta) ofereceu um milhão de dólares para quem criasse um projeto de carne-falsa em escala industrial.
Esse novo prato está cozinhando e em breve deve ser servido ao mundo. No cardápio, prepare-se para consumir o conceito de ALIMENTAÇÃO ÉTICA.
7 comentários:
Isso cai diretamente na idéia de vegetarianismo político.
Pq diz isso? Vejo q, se configurando como uma atitude de consumo, impacta mais diretamente no lado econômico.
O vegetarianismo político, ao meu ver, é justamente a preocupação em diminuir o consumo de carne, pois a manutenção do sistema de produção desta ser insustentável e responsável por diversos problemas sociais.
Exemplo: eu decido diminuir o meu consumo de carne, não porque eu não goste, não porque eu me preocupo com os animais, não porque é caro. Mas porque ao comer carne eu incentivo sua produção e isso repercute no modo como se desenvolve a sociedade.
A escolha de comer menos carne e' antes que tudo uma escolha alimentar / de saude, depois ecologica. Agora tambem politica, mas como reflexo, como consecuencia, nao e' a causa primaria.
Comemos menos carne, sobretudo ai no Brasiu!
Obrigado pela visita Francesco.
Todos devem concordar com o q vc aponta. Mas, esse aspecto político-econômico realmente me fascina. Me parece mais abrangente e menos focado no indivíduo... além de servir como fato decisório convincente para outros não tão preocupados com a saúde ou ecologia.
É mais um fator para pensar o tema.
Garanto q aí na Europa, o assunto é mais discutido sobre vários pontos de vista
abs
Tenho um 'quê' de dúvida sobre o papel de vilão 'da carne' nesta história toda. O fato é que com TANTA gente no mundo (!!!) quase tudo pode ser elevado ao status de vilão. Acho que seria muito interessante se, além desses comportamentos (que são importantes - que isto fique claro), mas que só tratam as causas, a gente pensasse mais seriamente na disseminação da idéia da importância do planejamento familiar. É muita gente no mundo e ele não tá mais dando conta!!!
Feita esta despretensiosa consideração, com o pedido de licença para visitar aqui o seu espaço, quero dizer que esta carnívora aqui achou o post muito simpático e não, não é nenhum sacrifício ficar um dia na semana sem comer carne não, mas não precisa ser logo o dia do Virado à Paulista, né??? eheheh
um abraço,
@popysp
Boa popysp... é por aí.
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