Segurança e controle são cada dia mais essenciais para empresas
TweetNo meu dia-a-dia de jornalista, consultor, conteudista e curioso, tenho feito várias coisas que acabam esbarrando nesses frissons novos envolvendo Internet e novas tecnologias. Se a conversa entre consumidores finais e companhias diferenciadas como start ups é fácil e todo mundo fica embasbacado com as possibilidades da web 2.0 ou da computação em nuvem, nas empresas maiores e tradicionais o quadro não é assim tão festivo.
Esses assuntos estão lá, sendo discutidos e mesmo ganhando corpo em um monte de papelada e apresentações de futuros projetos ou de material educativo. Mas, daí a qq sinal de adoção vai um grande espaço. Há receios. Essencialmente, tudo se resume ao CONTROLE e à SEGURANÇA.
Web 2.0?? Fantástico, maravilhoso... é colaboração... é o futuro.... é inevitável - dizem pelas empresas. "Mas, como controlar acessos e garantir que quem participe não bagunce nossos sistemas e nossa padronização?", é a frase que vem logo em seguida.
A verdade é que empresas assim não são lá muito novidadeiras. Mesmo os bancos, por exemplo, considerados os grandes lançadores de novidades em tecnologia, só adotam alguma coisa diferente depois de estudar muito sobre como isso interfere e se interliga na parafernália que acumularam durante três décadas. A tendência é sempre manter o status quo. Companhias assim não são chamadas de organizações à toa -- elas se esforçam muito para se manterem ordenadas e cheias de métodos.
Tendências como web 2.0 e computação em nuvem tendem a bagunçar essa organização toda. O professor e blogueiro da Harward Business Review, Andrew McAfee, fala muito bem disso tudo no artigo "The Impact of Information Technology (IT) on Businesses and their Leaders".
Empresas até admitem mudanças assim - o melhor exemplo disso é como o e-commerce tem evoluído. Mas, antes querem ter certeza absoluta que uma estratégia de comunicação por blogs, wikis, redes sociais ou qualquer outra coisa desse tipo trarão benefícios e não prejuízos. E é aí que a coisa complica.
Prejuízo vem de muitos lugares. Centenas de comentários maldosos em um blog ocupam tempo de gerenciamento; pesquisa de evangelistas de marca ou consumidores potenciais no Orkut também; controlar acessos e garantir a confiabilidade de um wiki é a mesma coisa.... E manter mais essa infra-estrutura que usa redes, conexão e máquinas funcionando, qto custa? Se todo mundo já está ocupado demais na minha empresa e ninguém se mostra entendido nesses assuntos, quem preciso contratar? E quanto vou gastar em rompimento de contratos com fornecedores de serviços e tecnologia que não serão mais tão essenciais? Como lidar com uma nova cadeia de suprimentos nesse negócio? Essas são as questões mais ouvidas dentro de grandes empresas. Esse artigo da Information Week é um bom exemplo: "Growing Pains: Can Web 2.0 Evolve Into An Enterprise Technology?"
Nas pequenas, start ups, ligadas à pesquisas tecnológicas ou ao ensino, isso é bem diferente. A conversa flui mais naturalmente e os planos são aceitos com mais facilidade. É porque elas não são tão "organizações" como as grandes. Têm mais jogo de cintura e riscos menores a medir. Também, têm gente mais preparada e entusiasta dessas inovações.
Tudo isso, citado aí em cima, não chega a ser uma barreira intransponível. Principalmente pq as grandes empresas sempre se curvam ao seu mestre O Mercado. Novamente, o melhor exemplo disso é o e-commerce. Quando perceberam que havia muito consumidor para fazer compras on-line, apressaram-se a iniciar seus projetos quase que esquecendo por completo essas dúvidas aí colocadas. Só continuaram no topo das decisões o CONTROLE e SEGURANÇA.
O tal mestre O Mercado está agindo aqui no Brasil, conforme coloquei no post sobre a importância do grau de investimento para projetos de Internet. Provavelmente os questionamentos existenciais mostrados aí serão substituídos por um discurso sobre agilidade, conquista de novos consumidores, adequação dos preços dos serviços e competitividade (Aliás, quem pretende emplacar projetos assim dentro de grandes empresas devia substituir sua ladainha de Empresa 2.0 por esses termos também). Mas, segurança e controle não mudam.... seja lá o que apareça nos próximos meses ou mesmo anos, CONTROLE e SEGURANÇA é tudo que as empresas querem na Internet.
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