quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Profissões em crise (de oportunidades)

Cada dia eu encontro mais pessoas que têm dificuldade em definir o que fazem na vida profissional. Não importa o que está escrito no cartão de visita, há sempre algo a mais nos seus afazeres costumeiros, algo além do que seria o esperado para essa PROFISSÃO. Já até recomendei que "queimassem seus cartões de visita". Eles geralmente não explicam o que a gente faz e sempre é preciso um pouco de articulação verbal para que os outros entendam exatamente qual nossa função numa empresa e na sociedade.

Hoje, uma reportagem do jornal Valor Econômico joga uma luz sobre essa tendência da sociedade moderna. Segundo a socióloga ítalo-americana Magali Safatti Larson, autora de "The Rise of Professionalism", vivemos uma era do pós-profissionalismo.

A identidade profissional, uma das bases da organização social do mundo moderno, conferia a alguém que pudesse ser identificado como médico, engenheiro ou advogado, o direito de dizer verdades sobre (a sua) fatia do mundo. A profissão era também um projeto social determinante para a mobilidade social.
Todo o texto é rico em analises sobre o que está ocorrendo no campo das profissões. Quem nunca sentiu aversão ao se deparar com atitudes de corporativismo e profissionais "donos da verdade" na vida. Pois, eles não faziam nada mais do que se esperava deles, uma espécie de senso coletivo de sobrevivência e garantia de sucesso na vida.
Hoje, as mudanças na sociedade conduzem à constituição de uma era pós-profissional, com novas formas de organização do trabalho dos experts. "Antes, o médico não era apresentado como alguém que ganhava dinheiro, mas como alguém que produzia saúde. Veja, porém, essas novas ocupações: tradutor de softwares? Especialista em transferências financeiras? Designer de 'medical imaging'? O que essas pessoas fazem senão produzir dinheiro?", pergunta.
É a, provavelmente, maior macrotendência do mundo influenciando diretamente a formação das profissões. A BUSCA POR LUCRO atinge tudo a nossa volta e interfere no modo como as coisas se transformam de passado em presente.

A socióloga declara que as coisas mais interessantes na análise dessas mudanças têm vindo dos "estudos de organização e management". São livros assim que destacam o que ela chama de "política do expertise", influencia direta dos ambientes corporativos.

É uma mudança drástica no que fomos acostumados a entender como carreira profissional. Mas, não deixa de ser um campo novo e cheio de oportunidades a serem trabalhadas. Sem grilhões do que somos, podemos expandir as possibilidades de ser algo.

>Multiplicar, somar, >>> trasformar habilidades...
deletar tudo...
e fazer tudo diferente logo após.

Há muito mais no texto. Uma leitura pra lá de recomendável em épocas de resoluções de Ano Novo e busca de oportunidades em 2008.

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