terça-feira, 4 de março de 2008

O jornalismo e os blogs (entrevista)

Vamos direto ao que interessa. Eu e Jorge Rocha entrevistamos Rogério Christofoletti -- confira no blog "O jornalismo morreu".

Jornalista desde 1991, mestre em Lingüística (UFSC) e doutor em Ciências da Comunicação (USP). Professor e pesquisador do curso de Jornalismo e do Mestrado em Educação da Univali. Coordenador da Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi). Autor de dois livros e co-organizador de outros três, além de artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais. Mantém o blog Monitorando desde maio de 2005."


A entrevista não teve uma pauta específica. Eu e o Jorge Rocha questionamos alguns pontos de vista e angústias atuais bem individuais para ver a opinião de Christofoletti. No final, o assunto girou muito em torno do tema (e eu disse "em torno" e não: "foi") blogs x jornais, mas (e isso é muito importante) mostrando que essa picuinha é apenas a ponta de algo maior.

Dá pra perceber nas minhas perguntas q eu forcei a barra analisando o jornalismo como um produto e um negócio. Foi proposital. Não gosto quando se confunde negócio com metafísica, nem insumo com produto final. Então, pretendi ser claro sobre que tipo de "jornalismo" eu estava discutindo... tb aproveitei a vitrine para tentar mostrar isso a outros leitores.

... É, não existe isso de "é apenas uma pergunta". Nunca é "apenas".

Eu ia replicar a entrevista aqui, mas achei desnecessário. A linguagem on-line permite que se fale usando links em vez de palavras e replicar conteúdo não é a única forma de trabalhar com conteúdo. Então, quero apenas destacar alguns pontos que envolvem essa iniciativa.

As facilidades da conexão inteligente são mais do que apenas slogans de fornecedores de banda larga. Quando pessoas que têm algo a dizer se juntam para trocar idéias, o resultado é o supra-sumo do que costumam embandeirar como Sociedade do Conhecimento (não é sabedoria, ok? É conhecimento).

Gerar conteúdo desse tipo e publicar em ventos digitais é o que se pode chamar de hmm... hãm... jornalismo(?!?!) de qualidade (considerando o jornalismo como prática, não como produto ou negócio). Isso torna o conteúdo relevante, se não para as massas, pelo menos para alguns nichos. Com a internet, essa virtude veeeeeeeelha pra caramba ganha agilidade, poder de disseminação e impacto no interlocutor. Alcançam-se mais nichos com menos esforço, mais rapidez e perenidade.

A Internet é um meio novo (mesmo!). Ela junta a instantaneidade do rádio e da TV, mas, é editável como jornais e revistas. Ela também pode trabalhar no estilo, projeto editorial, grade de programação ou porta de banheiro caótica. Tudo ao mesmo tempo... mudanças e novos inputs (bidirecionais) constantes. Tem "vida" e essa transformação é passível de ser acompanhada. Seja blog ou jornal, o q está na Internet tem isso.

Opiniões são legais e eu gosto. Aliás, tenho necessidade disso. Só que as opiniões não são a única forma de conteúdo relevante. Elas adquirem importância quando as pessoas já consumiram o factual diário em rádios, portais de notícias, leituras de primeira página nas bancas de jornais e conversas de café no boteco. ---Alguém falou em consumidores maduros, aqueles esquecidos pelo mercado de massa?!?! Sim, são aqueles que querem o tal "algo mais" ou, como diz a galera do management, o "valor adicionado", o "diferencial".

Acho q isso explica um pouco do resultado desse encontro virtual patrocinado pelo Jorge Rocha entre ele, eu e o Rogério Christofoletti. Na verdade são três pessoas que têm formação de jornal-papel e estão vivendo a transformação da internet, dos blogs e da vida hiperlinkada... e estão afins de falar.

Blogs x jornais é um aspecto digno de inquietação. Mas, não é uma richa entre calouros e veteranos. É algo muito relevante de se discutir, embora tenha ficado muito chato com o clima panfletário que adquiriu dos dois lados, sem contar com uma confusão no conceito blogosfera por parte de uma umbigosfera... e outra confusão no conceito credibilidade por parte dos donos da mídia de Sesmarias.

O Jorge Rocha me convidou pelo Twitter, as perguntas foram encaminhadas e retornadas pelo e-mail. Agora estão nos blogs... que têm comentários... e podem ser linkados...e esses links podem parar em chats, redes sociais ou ou outros blogs.. que têm comentários.... e assim vai...

1 comentários:

Anônimo disse...

Pavone,

foi um prazer discutir esses assuntos na entrevistas. As provocações são bem-vindas, e só acho possível pensar soluções e saídas mediante discussão e reflexão.
É um falso dilema a disputa entre blogueiros e jornalistas, como já disse. Mas ambos precisam sentar e conversar. As mudanças que estamos assistindo e participando afetam a todos. Queiramos ou não...

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